... e a chuva caiu!

Caiu a chuva mas ninguém se rendeu! Ah, bravos combatentes! Que fantástica II prova do NKO tivemos, regadinha com doses copiosas de água benta. Felicidade para uns, tormento para os demais, a água marcou mesmo presença ininterrupta na nossa prova e, atrevo-me a dizer, apimentou-a de forma inigualável; foi simplesmente emocionante!

Chegámos todos ao KVC cheios de vontade, temerosos perante tanta chuva, uma pista alagada, alguns pilotos a alardear dotes de «Senna», e muita, muita vontade de saltar lá para dentro e... vooooar (com remos a servirem de asas)!

Para esta II prova contámos com a estreia do Luís Vilaça, do António Pedro, do João Medeiros, e com a presença do talentoso Alex Gonçalves. No sentido inverso, o Tiago Vilela não pôde estar presente, e os convidados João M. Silva e Renato Mota fizeram, por ora, as suas últimas provas enquanto convidados. De realçar igualmente a ausência do Pedro Fonseca que deixou de fazer parte da lista de pilotos do NKO por motivos físicos. Melhoras!

Com o pelotão reforçadíssimo, a ansiedade era mais do que muita, até porque a maior parte dos pilotos nunca tinha conduzido com chuva... e slicks!! O perigo ameaçava...

Os 10 minutos de treinos revelaram muita e ao mesmo tempo pouca coisa; ficou óbvio que havia quem se sentisse como «peixe» no aquário, quem pensasse que era como andar em piso seco (com as consequências óbvias!) , e quem logo denotasse algum desconforto no trinómio «piloto/kart/pista». Como uma bala, Miguel Pinheiro voltou a fazer a pole, logo seguido do veloz Alex Gonçalves e do nosso General, os únicos 3 pilotos a rodarem no segundo 16. Estavam lançadas as cartas para os, na minha opinião, mestres da primeira manga.

Se com a pista seca a primeira curva é medonha, propícia a confusões e batidas, imaginem o que não deveria ir nas artérias de cada um ao sentirem a chuvinha a cair sobre os capacetes e o momento da largada a aproximar-se. Felizmente (calculo!), até nem correu mal; melhor ou pior todos passámos com relativa «facilidade». Para muitos, a obrigatoriedade de ter que usar a parte da pista que «calhasse» significou levar um banho de água em partes mais sensíveis... algo que até ajudou a refrescar as ideias e a interiorizar o fundamental, «que se lixe!, tou por tudo, agora!»

Suponho que se perguntassemos a cada um quantos piões fez, quantas vezes saiu da pista, muitos seriam aqueles cuja resposta não passaria de um esgar retorcido de boca! Fartei-me de ver «homens» a girar, às voltas com o volante a dar-a-dar, outros na relva, na terra, em buracos, enfim, houve mesmo de tudo!!

Saliento, para não me alongar em demasia, a limpeza e a classe da prova do Alex Gonçalves, inalcansável, e a luta entre o Miguel Pinheiro e o Pedro Vasconcelos. Logo a seguir, a (minha) "estrela" da primeira manga: General Abreu! Colossal. Tive lampejos de memória, julguei estar a ver o mago Senna a ultrapassar limites impensáveis (tínhamos outro Senna na frente!), sempre bem para lá do «possível», traído aqui e ali pelo brutal exagero de andar sobre «patins» naquele tempo tempestuoso. O General foi sublime! Avé. Logo atrás fiquei eu, isento de erros, fiel à minha estratégia de corrida, e sempre a controlar a minha posição, que nunca esteve em risco nem se alterou a não ser pelas 3 ultrapassagens de que fui alvo pelo Gen.; para uma delas, meus amigos... ainda hoje tento encontrar as palavras! Bravo! Atrás de mim, João Mendonça, que claramente poderia ter ido mais além... o Moskito (finalmente!!, grande prova), o pendular TT Danny, e João C. Simões, um «torpedo» vindo da cauda da grelha! De notar a belíssima prova do convidado super especial, o nosso amigo Gaspar, que teve um problema mecânico a impedi-lo de chegar mais à frente. Adorei (como sempre) a simpatia e a sua presença em pista (esperemos que retorne). No resto do pelotão... a confusão de posições era tanta que nunca se sabia quem era quem e quem passava quem! E com tanta chuva, detritos, viseiras embaciadas, spray, etc, era digno de registo como se faziam determinadas curvas sem ver o asfalto! Uma emoção!

Trocadas todas as opiniões no intervalo entre as mangas, era chegada a altura de voltarmos à pista, agora indiferentes ao dilúvio. Invertidas as posições, lá fomos nós.

Muito sucintamente, grande prova para o Speedy Xano, líder incontestado da mesma durante cerca de 10 voltas! Excelente desempenho, igualmente, para Luís Massa, muito consistente. Imaculado registo para o Pedro Vasconcelos, andamento fortíssimo para Mad Billy, aqui e ali desafortunado com as dobragens (que me permitiram acabar a prova a 1 centésimo dele - meio kart!!), mais uma prova fantástica do regressado Moskito, grande esforço do General na «chocolateira» nº27, e provas seguras de TT Danny e Hugo "Bomber" Batista. Ao mesmo tempo, grandes dificuldades para João "Bullet" Simões, num kart claramente inferior e num dia-não, depois da brilhante prova no KIVI. Há dias. Como se não bastasse, protagonizou um terrífico acidente na curva 1, envolvendo o outro «João Simões», num batida tão forte que partiu, no kart de João C. Simões, um dos veios da direcção, impedindo-o de prosseguir na magnífica recuperação que estava a ter. Renato Mota, João Sousa, Speedy Xano e Luís Massa subiram várias posições relativamente à primeira manga, e, na ordem inversa, António Pedro, Luís Vilaça, Miguel Pinheiro e Bullet Simões tiveram algumas dificuldades na segunda.

É evidente que os pormenores mais sumarentos são aqueles que cada um guarda dentro de si, e são esses que peço a cada um para que os revelem perante todos. Fica o registo de 49 voltas sob chuva intensa e sem «grandes» críticas entre os pilotos. Foi o que mais gostei de ver. Começa a sentir-se o profundo respeito mútuo, dentro da pista, dado que fora dela o grupo já é... GRUPO!!

Obrigado a todos!! E parabéns a cada um pelo inestimável contributo.