Histórico da prova Warmup

Céu limpo.
Sem vento.
Viana do Castelo.
Asfalto.
O dia apresentava-se frio mas as emoções prometiam estar ao rubro! Com pontualidade mais do que britânica, sensivelmente vinte minutos antes da hora combinada, já todos os pilotos se encontravam no kartódromo de Viana do Castelo para a realização da prova de preparação para o Norte Karting Open de 2008. Desde logo se tornou evidente que o ambiente seria de euforia e muita adrenalina. Conversas alegres, trocas de opiniões, perspectivas para a prova e campeonato, aos poucos e poucos já todos falavam com todos. Era a dica perfeita para uma manhã inesquecível!
Sem atrasos de maior, os pilotos dirigiram-se à salinha reservada para o briefing e, pouco depois, a organização da prova pesava os «marmanjos» e dava as últimas indicações para o que se seguiria.
Treinos.
Despiques.

Cronómetro.
Com o sorteio dos kartings feito no dia anterior pela organização do kartódromo, colocados os lastros aos mais «levezinhos», era então dada, finalmente, guia de marcha a Gonçalo Abreu, o primeiro piloto a entrar na pista. Os próximos 10 minutos estavam reservados aos treinos cronometrados para a formação da grelha de partida. Aí, toda e qualquer semelhança entre treinos e corrida é pura coincidência! Andou-se como se de uma corrida pontuável para o campeonato se tratasse. Incrível! Lutas e disputas à parte, foi o Quico que acabou por arrebatar a volta mais rápida, conseguindo assim a pole position. Evidentemente que, para muitos, fora apenas o primeiro contacto com a pista, logo os tempos também reflectiam algum desconhecimento que seria esbatido com o desenrolar de ambas as mangas da prova. De realçar a proximidade entre os tempos dos 12 primeiros classificados. A coisa prometia…
Grelha de partida.
Semáforos estranhos.

Vrrruummmm...!
Foi com os corações acelerados que a prova teve o seu início. Numa sempre difícil primeira curva, a confusão reinou escassos metros após a largada! Impossível de evitar toques, as trocas de posições entre os pilotos era o pão-nosso-de-cada-curva. Até que chegámos à primeira curva da segunda volta e a confusão se instala. O Quico faz um pião e coloca «a malta» toda a patinar, na tentativa de o evitar. O Gonçalo, o Luís, e o Pinto Coelho, vêem-se todos envolvidos no acidente e são, de alguma forma, penalizados por ele, acabando mesmo o Luís por desistir em consequência do mesmo. Ao desferir o meio da curva, o Gustavo ainda vê o fumo a sair dos pneus de alguns karts, esquiva-se para bater num, acaba por tocar em outro, mas segue «ileso» a prova, percebendo que à sua frente seguiam Pedro Vasconcelos, Patrício e João Mendonça. A corrida ainda mal tinha começado e já havia história!
Numa análise global da primeira manga, desta-se a corrida solitária do Pedro Vasconcelos, a consistência do Patrício no segundo lugar, e a «indescritível-o-inesquecível» luta, taco-a-taco, milímetro a milímetro entre Paulo Vilela, 5º no final, e Gustavo Simões, 6º. A diferença no final das 20 voltas foi de 40 centésimos de segundo (dois fios de cabelo). Foram mais de 15 voltas em ultrapassagens sucessivas, de «chegas para lá» constantes, de autênticos deja vu, volta após volta. O aperitivo perfeito para o que se adivinha em 2008!
No pelotão, muita luta, muito toque, alguma malandrice, e as sempre indesejáveis manobras de «fé» que a experiência se encarregará de fazer evolar. Há a reter o nível e a competitividade entre os pilotos, mesmo aqueles com karts menos «dotados» em octanas na gasolina! Dava para sentir o ânimo entre todos. Estavam lançados os dados!
Feita uma merecida pausa, trocados os pilotos e os «grilhões», era dada a partida para a segunda manga. Manga onde a quase totalidade dos pilotos melhorou os tempos por volta. Lutas cada vez mais acesas, despiques levados mais e mais aos limites (e fora deles…), os pilotos «atrasados» a conseguirem recuperar algumas posições perdidas (em virtude da política de inversão da classificação para a grelha da segunda manga), tivemos nova corrida recheada de peripécias e de momentos dignos de serem comentados e relembrados. Uns mais satisfatoriamente, outros, seguramente, com algumas razões de protesto! Houve imensa testosterona a pairar sobre aquele quilómetro de asfalto, não há dúvida! No cômputo geral, uma «lição» de kit-de-unhas para o Gonçalo, com uma das voltas mais rápidas do circuito, numa vitória sem mácula, um segundo lugar seguro do Luís Aguiar, e mais uma prova irrepreensível de Paulo Vilela. Lá para trás, invulgarmente atrasados, pilotos como João Mendonça e Pedro Fonseca debatiam-se com problemas vários e não conseguiam «escalar» na classificação. Nada que aos demais preocupasse!
Ao cabo de novas 20 voltas ao belíssimo traçado de Viana, era dada a bandeirada de xadrez, de novo. Ficava a gostinho a pouco mas a certeza de um ano de 2008 sensacional!
Parabéns a todos pela amostra dada e, sobretudo, pela enorme simpatia da «malta»!
Para a posteridade, guardámos no nosso baú de memórias:
Volante de ouro: Pedro Vasconcelos. Sem «espinhas», como se diz na gíria. Já levou o «caneco» mais alto da montra de prémios. Alvo a abater!
Fardo de palha: Luís Aguiar. Uma voltinha realizada na primeira manga e… pum! Viu a corrida do lado de fora :)

Momento Zen: Gonçalo Abreu. Numa segunda corrida de «faca-nos-dentes», realiza uma das melhores voltas do histórico do kartódromo de Viana do Castelo.